quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

O Natal e sua profunda essência

Na última segunda-feira, 22, tive a oportunidade de estar no centro de SP, mais precisamente na rua Santa Ifigênia. Não permaneci muito tempo. Um caos. Milhares de pessoas deixaram para comprar suas bugigangas na última hora. Esbarrões e empurrões eram bem freqüentes. E hoje cedo, em uma das reportagens do jornal matutino da Globo, foi mostrada a aglomeração de pessoas em um shopping da zona oeste do estado, em plena madrugada.

No dia 23, um amigo que não falava a um bom tempo, me mandou um de seus artigos para eu ler e dizer o que achava. O artigo falava justamente sobre Natal. Intitulado “Natal x Jesus Cristo” .

O que ele não sabia é que eu precisava exatamente de algo sobre o assunto, pois iria fazer o sermão da véspera natalina na igreja.


O artigo é iniciado abordando o crescimento do consumismo, em datas comemorativas, principalmente no Natal, onde o significado verdadeiro é simplesmente lançado ao vento. O próprio Jesus fugia destas coisas. Ele não tinha nada. Bens, riquezas, prestígio, formação acadêmica, entretanto, o mestre dos mestres, por si só, era tudo. Aliás, sempre será. O texto segue enfatizando inúmeras características de Jesus.

Natal? Muitos o amam. Outros odeiam. Presentes, amigos, viagem, família e comida. Mas onde fica Jesus. A grande questão não é o que se faz no natal, mas o que essa data representa. O que Jesus significa em sua vida? Me baseando no texto do meu amigo Sérgio Ribeiro, resolvi fazer uma breve análise, incluída no meu sermão.

O natal não é somente uma data comemorativa. O natal é muitos mais do que presentes, festas e alegria. Pra começar o natal não é somente 25 de dezembro. Ele começa lá atrás. Lá no Éden. Isso mesmo. Quando Adão e Eva pecam. Transgridem a lei e são condenados a morte. Mas então o filho de Deus, preocupado com o homem, ultrapassa os limites da condenação (pois Ele pode todas as coisas), vai até o Pai e juntos, criam o Plano da Redenção. Jesus se tornaria humano, se ofereceria em sacrifício e carregaria todos os pecados do mundo para resgatar seus filhos. O preço do pecado era a morte. Para o homem não morrer, Ele tomaria “sobre si as nossas enfermidades e dores” (Isaías 53:4).

No livro História da Redenção, na página 43, Ellen White conta que Jesus se tornaria humano também para se “familiarizar pela sua própria experiência com várias tentações que o homem sofre, para saber como socorrer os que fossem tentados”.

Já era um sacrifício enorme deixar a Sua glória e humilhar-se, sofrendo todo o tipo de recriminação. Porém, ainda tinha mais. A morte. O ápice de seu ministério. Não deveríamos falar de Jesus sem ao menos citar seu sacrifício. E isso também faz parte do natal. Jesus nasceu para morrer e ressuscitar por seus preciosos filhos.

Infelizmente, hoje, às vezes precisamos ver imagens traumáticas de Jesus sofrendo os açoites, sendo cuspido, carregando a velha e pesada cruz para nos emocionarmos. Mas isso, por si só, não transforma vidas. O que traz cura a vida derrubada pelos espinhos de sua trajetória é a fé, a comunhão, a esperança.

Gosto muito do videoclipe do DVD “Nasce a Esperança”, produzido pelo Unasp e pela rede Novo Tempo. A letra fala que “um bebê veio representar a mais pura forma de amar”. Uma “esperança revestida de fragilidade”. “Deus revela sua grandeza e majestade através da inocência de uma criança”. Os pecadores tem nova vida através dEle.

Jesus também é amor. Amor incondicional. Um amor que se fez homem em nosso favor. Um amor que te espera mesmo quão longe você tenha ido. Um amor que alcança você onde quer que esteja. Não há como fugir. Nem tente entender. Um amor que transforma. Restaura. Molda o caráter. Um presente. Receba –o em sua vida e seja uma luz. Seja um presente de Deus para os outros.

Pessoas vêm e vão. Mas Jesus permanece eternamente. Como diz o artigo, ele pregava sobre aquilo que ele era. Não só oferecia água, vida, verdade, mas Ele era tudo isso. Na verdade ainda é. E sempre será. Receba este presente de Natal e compartilhe com aqueles que necessitam desse presente, dessa benção. Não necessariamente com um texto como esse. Mas simplesmente pelos seus atos de bondade e misericórdia. Trate bem os seus vizinhos, amigos, parentes, sem esperar receber nada em troca. Console a quem precisa de um pouco de alento ou simplesmente ouça o desabafo de algum deles. Jesus disse que se fizéssemos isso ás pessoas, estaríamos fazendo a Ele. E querendo ou não, isso envolve evangelho. Abreviar a volta de Jesus também é parte do significado do que o natal verdadeiramente representa.

Percebe como a essência do natal é muito mais profunda do que geralmente pensamos? O nascimento de Jesus é onde tudo começa, na prática. Mas é desse evento que todo o processo se desenrola, e é por isso que estamos aqui hoje, ganhando este presente, vivendo por Ele e compartilhando a todos que encontramos.

Um Feliz Natal na companhia daquele que nasceu, viveu, morreu, ressucitou e se levantará sobre a terra.